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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Amar também é dizer não

A falta de limites na educação das crianças tornou-se um grande problema, tudo isso em razão da dificuldade que os pais de hoje encontram em dizer não.
Eles têm medo de parecerem rígidos demais ou de perderem o amor do seu filho e por esse motivo a maioria dos pais transferem aos filhos o poder de decisão.
Agora não é a hora de comer chocolate, mas ele quer... Hoje não é dia de levar brinquedo na escola, mas ele não aceitou sair de casa deixando o brinquedo lá, então ele trouxe!!!
Ele não quis vir de uniforme para a escola, por isso que está com roupa de festa, foi ele quem escolheu!!! Situações como essas são freqüentes no dia a dia na escola.
Os pais não se dão conta de que cabe a eles orientar e proteger seus filhos, eles não conseguem conciliar disciplina com liberdade.
Temos que entender que dizer não é amar.
A insegurança dos pais diante da imposição de limites é que está dando margem a tantos distúrbios de comportamento.
Dizer não e conservar o não resulta na construção da confiança e da auto-estima.
Está atitude é uma prova imensa de amor!
É importante termos a consciência de que os limites fornecem uma base segura para o equilíbrio na vida pessoal. Saber respeita-los em todos os momentos é um aprendizado para a vida em grupo e não podemos esquecer que a vida em sociedade se faz desde que a criança nasce.
É muito difícil ajustar-se socialmente quando em casa a criança sempre pode tudo.
Vemos hoje que os pais se sentem perdidos em seu papel. A hora de educar é agora.
Se o pai ou a mãe permite que seu filho de 4 anos decida qual a melhor hora para dormir, que não quer colocar o uniforme e por isso vai de vestido à escola, que ele coma o doce para não gritar na saída do colégio quando chegar na adolescência já estará tão acostumado a tomar decisões que não irá mais perguntar coisa alguma a ninguém. Sabe por quê? Porque lhe foi permitido tudo. Desde pequeno ele teve poder sobre si próprio. A última palavra sempre foi a dele. Se ele tinha toda esta autonomia quando pequeno, por que haveria de ser diferente agora que é adolescente?
Precisamos refletir sobre algumas atitudes de pais que estamos tendo antes que seja tarde.
Temos consciência de que, nos tempos atuais, a correria do dia a dia é uma constante, mas o pai deve ter certeza de que aquilo que seu filho mais precisa é que ele esteja presente, sente, converse e explique para que ele entenda por que o NÃO foi dito. O estar presente não significa ficar lendo o jornal enquanto ele brinca no tapete da sala, nem tampouco enchê-lo de presentes. Hoje em dia, este tipo de comportamento já saiu de moda. Compensar a ausência presenteando os filhos já é uma atitude por demais desgastada e ineficiente, inclusive para a criança que manifesta sua insatisfação jogando de lado o brinquedo que acabou de ganhar e já pedindo outro que ainda não tem. Esta é uma atitude de aversão dos filhos diante de tanta inércia dos pais.
Vale lembrar que a educação de uma criança, futuro adulto, vai além das muralhas familiares. Sabemos que a sociedade também exerce sua influência, mas se os pais dão solo firme para pisar, se os filhos sentem-se seguros junto a sua família, é lógico que a atuação da sociedade será muito mais amena, preenchendo somente algumas lacunas. Diferente daqueles que tem pais omissos, fracos e distantes.
Só dizemos não àqueles que amamos!
Há pais que lá na frente irão se perguntar: onde foi que eu errei? Eu lhe dei tanto amor! Mas amar demais não é o erro, o erro está justamente em não impor limites. O pai tem que ter a consciência de que ele é o orientador. Ele deve criar regras e cuidar para que estas regras sejam cumpridas e respeitadas. Dessa forma, estará preparando seu filho a respeitar e conviver com as regras.
A escola também deve caminhar dando continuidade ao cumprimento de regras e, conseqüentemente, limites para a formação da criança. Pais e escola devem sempre caminhar juntos, uma vez que as duas sociedades têm um mesmo objetivo: a formação e o desenvolvimento da criança.
O cumprir a rotina é condição para alicerçar as atitudes tanto do adulto quanto da criança. A escola pode e deve estabelecer os combinados, que nada mais são que regras propriamente ditas como usar uniforme, cumprir os horários de chegada e saída, trazer o material escolar, respeitar tanto os coleguinhas quanto a professora, combinar o dia do brinquedo, colaborar com a limpeza da sala de aula e outros quesitos importantes e peculiares de cada instituição. Ao serem apresentados os itens dos combinados, este será o melhor momento para se estabelecer as providências que serão tomadas. Se o professor ou responsável não desempenhar seu papel, é claro que a criança também não desempenhará o dela. Quando não existe por parte dos pais e da escola, a exigência do cumprimento das regras pela criança, esta se sentirá com caminho livre para fazer o que quiser.
A criança que não está acostumada a cumprir regras, ao chegar à escola e se deparar com as que terá de cumprir, poderá se revoltar. Será neste momento que pais e escola terão que se unir para dar todo o apoio que esta criança precisará.
Os limites são ingredientes essenciais para que as crianças possam crescer saudavelmente e para que se sintam preparadas para a vida adulta.
O amor de um pai para com seu filho tem que ser incondicional, um amor com limites.
Amar também é dizer não!

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